O que é preciso mudar?

O que é preciso mudar?

Pertenço a uma família com ascendentes italianos que um dia tomaram uma grande decisão: a de deixar sua pátria e arriscar-se em um país desconhecido a fim de conquistar uma vida próspera. A atitude deles mudou a história da família, deixando como legado aos descendentes a fé e a coragem para seguir em busca de dias melhores. No entanto ficou também como herança, a dor da saudade dos familiares que ficaram, das despedidas de pessoas amadas, dos amores frustrados, das mortes precoces dos que não conseguiram chegar, das atribulações diversas. Quanta força recebemos!

Meus pais casaram-se jovens e cheios de esperança realizaram várias mudanças na vida. Obtiveram diversos êxitos e alguns fracassos também. O desejo deles era de que tudo desse sempre certo que o sucesso durasse pra sempre e que o desgosto fosse o mais breve possível... e assim a vida prosseguiu num movimento constante de diversas experiencias que trago comigo e que por muitas vezes me deram coragem e força e noutros momentos permitiu que eu fosse mais cautelosa e muitas vezes bastante resistente.

Vieram então as experiencias pessoais... quantos percalços, tropeços... Eu também precisei de muito autoconhecimento para encontrar e estabelecer um equilíbrio de forças que muitas vezes pareciam contrarias e se transformaram num poço de ansiedade e tristezas.

Hoje quando converso com pessoas que buscam mudanças a pergunta que mais ouço é:

- O que é preciso mudar?

É preciso acreditar que a vida é movimento. Tudo tem um princípio e um fim e as coisas que ontem estavam, pode ser que amanhã desapareçam do nosso presente.  Dizer SIM a essa realidade nos permite viver o aqui e agora com mais tranquilidade, desfrutar do que temos nas mãos e sermos gratos. Aprendemos também a respeitar os ciclos, deixar ir o que já não deve ficar e permitir que cheguem novas experiencias.

É muito importante aprender a fechar etapas, capítulos ou histórias das nossas vidas, porque isso é viver: mudar, se renovar, e não permanecer na chamada zona de conforto mais tempo do que for necessário. Quando ficamos presos a uma vida que não está nos acrescentando nada por medo da mudança, na verdade já estamos deixando de viver com plenitude.

Uma vez li uma frase que me chamou a atenção e cabe bem nesse momento:

“É importante não perder de vista as coisas que te encantam, pois ali há um pouco da tua essência”

Quanto mais nos distanciamos daquilo que nos encanta em função do que é puramente conveniente, mais a vida perde seu sentido. Às vezes não percebemos esse distanciamento e quando nos damos conta estamos muito longe daquilo que nos traz alegria. Nesse momento a semente de uma transformação é plantada e é importante olhar para ela com coragem e avaliar se é a hora de iniciar uma transição, com todos os desafios e satisfações que essa mudança irá trazer.

vida é uma viagem maravilhosa, mas não é estática, estamos em uma mudança constante. Tudo tem um princípio e um fim e as coisas que ontem estavam, pode ser que amanhã desapareçam do nosso presente. Aceitar essa realidade nos permite viver o aqui e agora com mais tranquilidade, desfrutar do que temos nas mãos, sem nos preocuparmos em perdê-lo ou não.

É muito importante aprender a fechar etapas, capítulos ou histórias das nossas vidas, porque isso é viver: mudar, se renovar, e não permanecer na chamada zona de conforto mais tempo do que for necessário.

Quando ficamos presos a uma vida que não está nos acrescentando nada por medo da mudança, na verdade já estamos deixando de viver com plenitude.

O medo da incerteza e da mudança constante

A mudança constante gera incerteza, e essa incerteza dá medo. O ser humano tem muito desejo de controlar, mas como seres racionais que somos, é preciso aprender que a segurança não existe, exceto no caso da morte. Por mais que procuremos controlar os nossos mundos, haverá certas situações ou circunstâncias que acontecerão sem esperar e sem que tenhamos poder algum para modificá-las.

Portanto, deixe de tentar controlar, você não vai conseguir e isso criará um mal-estar em você. Internalize a ideia, real e verdadeira, de que as coisas podem acabar, e isso será bom porque é o normal, faz parte da vida.

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Não queira permanecer onde você já não deve mais estar por medo da incerteza. Talvez hoje você esteja sofrendo por ter fechado um determinado capítulo, mas amanhã você se alegrará e voltará a abrir outro que provavelmente será muito melhor. Será melhor porque você o fará melhor, terá aprendido com as etapas anteriores, terá tirado conclusões e terá amadurecido como pessoa.

Encare as lembranças como elas são e procure não as misturar com sentimentos demasiadamente exagerados. O que passou já não voltará e não vale a pena ficar se remoendo. Agora você tem diante de si uma nova etapa, para descobrir, para explorar, para se conhecer melhor e principalmente para apreciar e desfrutar.

Toda etapa envolve um prazer, algo de positivo, algo novo, nunca algo é totalmente ruim, mesmo que agora você não tenha a capacidade de perceber isso.

Se você pensar friamente, afastando-se das emoções, verá que nada é totalmente bom, nem totalmente ruim. Se o seu relacionamento acabou e você precisa fechar essa etapa, pode pensar que talvez agora você possa fazer coisas que antes não podia com essa pessoa, ou que você descobriu o que você não quer para a sua vida. É verdade que você perderá as coisas boas que você tinha com essa pessoa, mas como dissemos anteriormente, outras coisas boas virão na sua vida, novas portas se abrirão, você descobrirá novos caminhos.

Tudo muda, tudo passa, tudo se reinventa. Estamos em uma mudança constante e também evoluímos como pessoas, não somos estáticos. A pessoa que você era ontem já não é a mesma de agora. Crescemos, amadurecemos, envelhecemos e morremos; essa é a ordem natural das coisas.

Este conteúdo (textos, imagens e artes gráficas – exceto trechos de livros, citações de outros autores) é material de propriedade do Instituto Tânia Feltrin| Curadoria de conteúdo realizada por Deolindo Feltrin.

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