Ansiedade - Insegurança em Relação ao Futuro

Ansiedade

Certamente já passamos por situações que nos geraram expectativas e receios – a espera de um evento ao qual aguardávamos, falar em público ao apresentar um trabalho importante ou conhecer pessoas novas. Ao deparar-se com situações como essas, é normal sentirmos calafrios, o suor escorrendo por nossas testas, o coração acelerado, mãos geladas e inquietação. Porém, junto ao término desses eventos, as aflições também se findam e a vida segue normalmente. Isso é o que chamamos de episódios de ansiedade – uma condição normal e saudável que nos impulsiona e está diretamente ligada ao nosso instinto de sobrevivência, ou seja, uma forma natural de tentarmos nos preparar para uma possível ameaça.

Quando o medo é irracional e sem motivo aparente uma sensação de pavor inunda nosso ser.

Agora, imagine que uma pessoa suba oito lances de escada correndo em um calor insuportável e ao se sentar, fica claro que sua frequência cardiorrespiratória está alterada, ela sente uma leve tontura, dores nas pernas e mais alguns sintomas comuns depois de praticar um extenso exercício físico. Porém, imagine essa mesma pessoa, com todos esses sintomas, mas na verdade ela está deitada em seu quarto, totalmente segura e livre de qualquer ameaça aparente. Isso é o que chamamos de transtorno de ansiedade e que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 264 milhões de indivíduos passam todos os dias. A ansiedade tem chamado cada vez mais a atenção da sociedade nos últimos anos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, no Brasil esse transtorno acomete 9,3% das pessoas. Mas como tratar essa condição de altos níveis de tensão e medo irracional?

A preocupação excessiva e o medo irracional são um sinal que algo não vai bem. Outros sintomas da ansiedade são timidez ou bloqueio diante de situações sociais, e ainda lembrança constate de situações traumáticas ou vergonhosas. Além dos sintomas psicológicos o transtorno também afeta aspectos físicos, como insônia, tensão muscular, enjoos e dores na barriga, cabeça ou peito.

Mas como tratar essa condição de altos níveis de tensão e medo irracional?

Apesar de vivermos em um contexto – no qual o individualismo é crescente – e em um momento político e econômico que propiciam esses transtornos, a chave para encontrar as soluções para essa dificuldade é identificar a causa que produz essas sensações, que na maioria das vezes não é aparente. Entre elas estão: traumas ocorridos desde o processo de gestação – Sim, guardamos no nosso subconsciente todos os registros da nossa vida. O que muitas vezes não levamos em consideração é que a nossa mente está o tempo todo nos protegendo de possíveis ameaças e faz associações com aquilo que faz parte do nosso dia a dia e emite alertas que na verdade tem função de nos proteger, porem de forma irracional e exagerada, gerando desconforto. Quando identificadas e tratadas, ressignificadas as causas mais profundas da ansiedade há uma sensação de libertação. Então sim, é possível a conviver com as tensões normais da vida.

Outro aspecto importante a ser considerado é a relação com a nossa família e com o lugar que ocupamos na nossa família de origem. Qual o meu papel? O que assumo? O que é meu? O que me impede de conduzir minha vida com leveza? Quando algo ainda não foi solucionado no relacionamento com meus familiares, não encontro meu lugar e consequentemente não encontro meu lugar nos outros sistemas – na vida.

Ao sermos concebidos somos presenteados com um arsenal de conhecimentos que nos dá suporte para a vida. Alguns destes sinais de alerta estão fundamentados nos traumas vividos por nossos antepassados, sofrimentos estes, que nos acompanham e que também estão a serviço da nossa sobrevivência, mas que se manifestam assim de forma exagerada.

O filósofo e psicoterapeuta Bert Hellinger, criador das constelações familiares, observou nos seus estudos que três leis estão presentes em relacionamentos humanos: pertencimento, equilíbrio e ordem. Quando há exclusões na família, quando há desigualdade entre o dar e o receber – o dar e o tomar; quando há desrespeito à ordem – inversão de papeis e por amor assumimos aquilo que não é nosso e assim nos sentimos sobrecarregados o que pode gerar ansiedade.

Quando os filhos, por amor sentem a necessidade de interferir nas questões pessoais dos pais, quando há um desequilíbrio nas trocas afetivas entre as pessoas ou quando há exclusões na família, essas regras são quebradas e o sistema entra em tensão. Porém, quando existe respeito às leis os integrantes têm uma vida mais leve e significativa. Dessa forma, os medos que até então não tinham um fundamento para o nosso consciente, passam a ter uma ressignificação. Podem também estar atrelados a uma dificuldade vivida por um antepassado e que repercute em nós nos tempos atuais. Além disso, traumas vividos em nosso período infanto-juvenil também se relacionam diretamente em nossos comportamentos atuais. Logo, quando olhamos para nossa história com respeito e entendemos os traumas e conflitos que nos fizeram chegar aqui hoje, podemos, só então, dar um passo ao caminho da tranquilidade emocional.

As Constelações familiares nos permitem entrar em contato com aquilo que está além da nossa percepção consciente. Na constelação familiar é possível aprender a respeitar o passado e presente, e restabelecer o amor dentro da família e da própria pessoa. A constelação aborda o que possivelmente gerou o pânico, acontecimentos, destinos, fatos, traumas da família e as dinâmicas ocultas dos relacionamentos. É necessário ajudar a mente, com intervenções terapêuticas, além dos medicamentos. A recomendação é que se o busque a ajuda de um profissional habilitado.

É possível identificar, tratar e solucionar a ansiedade! Através de um olhar para dentro de si mesmo...um olhar com o coração.

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